Um coração grato

“Ofereça a Deus em sacrifício a sua gratidão – Salmos 50.14”

O verdadeiro sentimento de gratidão vai muito além de um simples agradecimento. É algo tão profundo, que muitas vezes chega a ser inexplicável. Ter um coração grato, além de ser uma questão de ética, é também algo fundamental no relacionamento com Deus e com a igreja. Na bíblia encontramos vários exemplos desse sentimento tão nobre. Porém, no livro de Lucas, há um capítulo onde a ingratidão se destaca. Isso aconteceu na cura dos dez leprosos:

E aconteceu que, indo ele (Jesus) a Jerusalém, passava pela divisa entre a Samaria e a Galiléia. Ao entrar em certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez leprosos, os quais pararam de longe, e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem compaixão de nós! Ele, logo que os viu, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, enquanto iam, ficaram limpos. Um deles, vendo que fora curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; e prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, dando-lhe graças; e este era samaritano. Perguntou, pois, Jesus: Não foram limpos os dez? E os nove, onde estão? Não se achou quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou. Lucas 17.11

Esta história é um exemplo clássico de gratidão e ingratidão. Dos dez leprosos curados, apenas um voltou para agradecer Jesus. E todos os nove ingratos, eram justamente os israelitas, judeus, os quais deveriam ter mais motivos para agradecer a Jesus, visto que eles eram povo de Deus. Dentre outras coisas, essa história ensina que nem todas as pessoas que são curadas de alguma doença serão salvas, pois vimos que Jesus disse apenas ao samaritano que a fé dele o salvou. Já os demais se contentaram apenas com a cura. E o único exemplo de gratidão foi do samaritano, cuja descendência pertencia à outra cultura.

Sabemos, graças a Deus, que hoje já não existe mais essa distinção de judeus e não judeus. Todos podem ser povo de Deus. Veja, já começa por aí um dos motivos para sermos gratos. Por isso, temos que dar graças em todas as circunstâncias (I Tessalonicenses 5.18) e principalmente nas adversidades, pois esta é a vontade de Deus. Não se pode agradar a Deus com um coração endurecido e altivo. Não podemos entrar na presença de Deus sem ter um coração grato, puro e suscetível a voz do Espírito Santo. A raiz da ingratidão é a soberba, já a raiz da gratidão é a mansidão e a humildade. E você aí caro leitor, você tem um coração grato? Você pode pronunciar e demonstrar a Jesus que é grato por ele ter morrido em seu lugar? Semeie gratidão em todo lugar que você puder, e principalmente para Deus, o único que é digno de toda a honra, glória e louvor.