Parábolas



Parábola do semeador

Eis que o semeador saiu para semear. E, quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves, e comeram-na. E outra parte caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, porque não tinha terra funda. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porque não tinha raiz, secou-se. E outra caiu entre os espinhos, e os espinhos cresceram, e sufocaram-na. E outra caiu em boa terra, e deu fruto: a cem, a sessenta e a trinta por um. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. Esta parábola e sua respectiva explicação são encontradas em Mateus 13.1 e 13.10, Marcos 4.1 e 4.10 e em Lucas 8.4 e 8.9.

Explicação da parábola

A semente é a palavra de Deus. Todo aquele que transmite esta palavra é o semeador. Escutai vós, pois, a parábola do semeador. A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem, vem o maligno e arrebata o que lhes foi semeado no seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. Para esse tipo de ouvinte, a palavra de Deus não representa algo muito precioso. Seu coração endurecido impede que ela enxergue os segredos do reino, e por isso, o diabo rouba a palavra que a ela foi concedida.

O que foi semeado em solo rochoso é o que ouve a palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo, antes é de pouca duração; e chegada a angústia e a perseguição por causa da palavra, logo se escandaliza. Esse é movido pela empolgação, pela emoção, e não possui firmeza nos seus atos. Ouve uma palavra e se sente motivado, mas pouco tempo depois desanima, olha mais para as dificuldades do que para o poder de Deus.     

E o que foi semeado entre os espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo, e a fascinação das riquezas, sufocam a palavra, e fica infrutífera. É o tipo de ouvinte que não se entrega por completo para Deus, pois permanece desejando o que é próprio do mundo e que é nocivo para alma. 

Mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve e compreende a palavra; este frutifica e produz a cem, a sessenta e a trinta por um. É o tipo de pessoa que Deus tanto procura: os puros de coração, sinceros e verdadeiros, dispostos a abandonar tudo para seguir os passos de Jesus. É a pessoa que ouve e pratica a palavra de Deus, sendo obediente em tudo, e por isso, produz com abundância os bons frutos.

De fato, todos nós queremos ser o solo fértil, mas poucos de nós fazemos o que deve ser feito. Caso você se enquadre nos três primeiros exemplos da parábola, é hora de levar a palavra de Deus a sério. Pois a quem muito é dado, muito também é cobrado. E aquilo que o homem plantar, isso é o que ele vai colher. Nunca é tarde para mudar. Nunca é tarde para irrigar a boa terra, que produz em abundância e agrada o Senhor. Seja sábio!



Parábola do Credor incompassivo


Por isso, o reino dos céus é semelhante a um rei que resolveu ajustar contas com os seus servos. E, passando a fazê-lo, trouxeram-lhe um que lhe devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que pagar, ordenou o senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo quanto possuía e que a dívida fosse paga.

Então, o servo, prostrando-se reverente, rogou: Sê paciente comigo, e tudo te pagarei. E o senhor daquele servo, compadecendo-se, mandou-o embora e perdoou-lhe a dívida.

Saindo, porém, aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhes devia cem denários; e, agarrando-o, o sufocava, dizendo: Paga-me o que me deves. Então, o seu conservo, caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo, e te pagarei. Ele, entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a dívida. Vendo os seus companheiros o que se havia passado, entristeceram-se muito e foram relatar ao senhor tudo que acontecera.

Então, o seu senhor, chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que lhe pagasse toda a dívida. Assim também meu Pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão. Mateus 18.23
  
Aprendendo com a parábola

Deus não coloca empecilho para nos perdoar, ao menos que nós mesmos o coloquemos. Sabemos que a sua misericórdia é abundante. Deus enviou o seu Filho, Jesus, a este mundo para libertar as pessoas da escravidão do pecado. Logo, o perdão faz parte do seu reino e a graça do Senhor já nos basta. E como podemos ao menos ser gratos por isso? Ora, amando uns aos outros, e sempre que for necessário, perdoar uns aos outros, independente do tamanho dos erros. Pois não pense você, que poderíamos pagar por nós mesmos a nossa dívida com Deus. Nossa dívida seria infinita, impagável. Portanto, dá mesma forma que ele estende a mão ao pecador, sem olhar para a sua aparência, façamos o mesmo se quisermos ser semelhantes a ele. Digo mais: faça o mesmo se quiser também ser perdoado. Porque se recebemos perdão do alto, imerecidamente, sejamos sábios para o retribuir uns aos outros. Sim, Deus é muito bondoso e misericordioso, mas ele também é justo. Não nos esqueçamos disso. O servo da parábola recebeu perdão de uma divida altíssima, mas no momento de perdoar uma mísera dívida, se comparada a sua, o que se viu foi uma atitude lamentável. Portanto, não coloquemos empecilho para o perdão. De graça recebestes, de graça daí - Mateus 10.8



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